Não há como negar: Túlio é corajoso.
Notificado no dia 04/12 para comparecer dia 05/12 pra prestar contas de 11 (?) Meses de governo e detalhar cada gasto, contrato e centavo; era certo de que ele não iria ou não estaria pronto nesta data, ninguém iria.
É humanamente impossível reunir todas essas informações, preparar e pessoalmente expo-las em uma espécie de sabatina legislativa na frente de 13 vereadores e centenas de pessoas.
Todos sabiam disto, mas isto não era problema, pois a intenção ao chamá-lo nunca foi esclarecer.
A intenção - que só se revelou ao longo do dia - era levar Túlio ao olho do furacão, de uma multidão inflamada pela oposição (que fez convocação massiva e constante pro "Circo"), ávida por "justiça com as próprias mãos" e que assim pudesse alí através das mãos do povo conseguir seu objetivo, que era cravar com violência o ponto mais alto - ou mais baixo - do desgaste do governo Túlio Lemos.
Como tem acontecido por todo o Brasil.
A questão, a ira e a revolta dos que estavam alí, não é ética, não é moral, nunca foi.
Túlio não é o prefeito ladrão, é o que não pagou os salários, somente.
Não há como explicar um povo que aplaude ex-prefeitos que foram presos recentemente por roubarem o seu dinheiro ao tempo em que tenta agredir outro que vai explicar onde foi gasto cada centavo.
Se não que, esta é uma prova cabal e material de que o dinheiro, - salários neste caso em específico - interesse comum e universal em todos que vivem numa sociedade moderna, é o maior gatilho para provocar o descontrole emocional e a ira de um povo.
É como diz o provérbio popular: "Enquanto há dinheiro, há amigos"
E quando não há ?
Túlio sentiu na pele, e espero, aprendeu com isto.
Não há como deixar de mencionar também o despreparo dos vereadores (alguns) que prometiam julga-lo, esclarecer e "escancarar a verdade" para o povo mas que na verdade teve uma participação tímida, esperada e aquém do prometido.
Convocaram em tempo recorde o povo pra ver onde tava o seu dinheiro, mas na verdade era pra um apedrejamento em praça pública, contemporâneo e transmitido ao vivo pela internet.
Se Tulio não tinha números (pelo pouco tempo que teve) eles não tinham argumentos.
13 vereadores, dois grupos políticos, vários "intelectuais" colaborando e o ponto mais alto foi a violência na saída.
Promovida por bebidas alcoólicas, algazarra, agitadores e armações (como as luzes que se apagaram misteriosamente) para que tudo favorecesse a selvageria e a violência.
Fato lamentável o que ocorreu ontem em Macau.
Túlio foi macho também quando assumiu na tribuna seus erros.
Disse que errou este ano, pediu desculpas e um voto de confiança do povo pra acertar no próximo.
Disse que errou sim, tentando acertar, não se dar bem.
Tentando empregar e ajudar, acabou precisando de ajuda e desempregar.
Outra lição, que custou caro, pra ele e principalmente pro povo.
Palavras dele.
Por fim, deixo aqui meus sinceros votos de esperança de que tudo que ocorreu ontem e durante este ano, de ruim, tenha de fato ficado no passado e que a partir de janeiro as coisas comecem a mudar e que em dezembro de 2018 Túlio possa novamente prestar contas de forma mais tranquila, sensata e detalhada, diante de um povo mais tranquilo e com seu dinheiro no bolso.
Irmãos, Macau precisa de paz.
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